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07/05/2008 às 14h28 - Informação Local
Tribunal já julga caso Ferrero

 

Caso Ferrero
 
Tribunal já julga caso Ferrero
 
 
 
Já decorreu a primeira sessão do caso Ferrero que opõe a empresa macedense Trovidoce à multinacional Ferrero.
 
        O caso que envolve a empresa de distribuição Trovidoce, de Macedo de Cavaleiros e a multinacional Ferrero já começou a ser julgado no Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros. A primeira sessão decorreu nos passados dias 16 e 30 Abril, onde começaram a ser ouvidas as testemunhas. A empresa de Humberto Trovisco estabeleceu contrato com a empresa Electroliva, depois Jaguar e Lijag, e só mais tarde, Ferrero Ibérica, em 1988. Acordo cessado em 2005, sem justificações aparentes, o que levou à indignação dos cerca de vinte distribuidores em todo o país, incluindo ilhas.
        Na primeira sessão, a defesa destacou a participação, como testemunha, de um empresário vindo da zona da Covilhã, com armazém em Tortosendo, que defendeu que a Ferrero os influenciou a distribuir os seus produtos, através da demonstração da sua solidez em mercados internacionais, como o italiano e o alemão. Adiantou ainda que foram realizadas diversas reuniões, que levaram as empresas portuguesas a contratarem mais funcionários, a adquirirem mais viaturas, digamos que a crescerem, em distribuição, mas também em obrigações.
        Um contrato que perdurou ao longo de 18 anos. No mês de Maio, e devido à chamada “Política de Frescura”, da Ferrero, todos os produtos da marca são retirados do mercado, só voltando às prateleiras em Setembro. Em Junho era realizada uma pré-venda dos produtos que seriam depois distribuídos em Setembro. Cenário alterado em 2005. A Trovidoce ainda recolheu todos os produtos em Maio, mas em Setembro, já foi outra a empresa que forneceu as doçarias Ferrero. Tal como testemunhou em tribunal João Manuel Oliveira, comerciante com três estabelecimentos em Macedo de Cavaleiros. “Em 2005, a Trovidoce fez a recolha do produto, mas em Setembro já não foi entregar. Questionámo-nos porquê e chegámos a pensar que a Trovidoce não pagava à Ferrero e por isso não podia entregar o produto”, testemunhou o comerciante.
        Na altura, teve que recorrer a outro distribuidor, pois a procura dos Ferrero era elevada. Segundo diz, “apareceu alguém que veio colher os louros do trabalho feito pela Ferrero”. Apesar de ter continuado a trabalhar com a empresa de Macedo, ao nível do café, açúcar e pastilhas, o comerciante garante que 20 a 25% dos produtos que comprava à Trovidoce eram da Ferrero.
        Na primeira sessão, a defesa apresentou ainda um DVD, o qual tenta que sirva como prova de que a Ferrero seduzia as empresas portuguesas com a sua ideia de grandeza. O empresário da Covilhã garante que este DVD “teve muita influência porque deu a ideia concreta da grandeza da Ferrero”. Acrescentou ainda que “as imagens que passavam tiveram um impacto muito positivo na dedicação”. Este DVD foi apresentado num encontro entre a multinacional e os seus distribuidores, em 1994/1995.
        Apesar de distribuidores de determinadas áreas geográficas, as distribuidoras não podiam fornecer as grandes superfícies que, nos anos 90, começaram a surgir por todo o país, “só no comércio tradicional” e também não podiam “comprar produtos da marca a mais ninguém que não fosse a Ferrero”. O empresário da Covilhã disse ainda ao tribunal que a multinacional “tirando a remuneração dos produtos, nunca ajudou a comprar qualquer meio de distribuição”. Ou seja, a defesa alega que a Ferrero obrigou os empresários a despesas e a um aumento do número de pessoal que depois não se justificava com a quebra do contrato. Para além disso, fez com que os empresários portugueses se sentissem como fazendo parte da estrutura. “Sentia-me integrado e fazendo parte da família Ferrero”, referiu o empresário da Covilhã.
        Até mesmo as próprias viaturas, no caso da Trovidoce de Macedo, para além da normal publicidade à empresa, apareciam “devidamente identificadas com o nome da Ferrero”, alegou João Vieira, em tribunal.
        A próxima sessão está marcada para a próxima Quarta-Feira, 7 de Maio.
 
Miguel Midões

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