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07/05/2008 às 15h52 - Informação Local
Idoso de Malta burlado

 

5 mil euros
 

Idoso de Malta burlado

 


 

Cinco mil euros foi a quantia que dois homens conseguiram roubar, em Bragança, a um habitante da aldeia de Malta do concelho de Macedo de Cavaleiros.


 

Pela segunda vez, num curto espaço de tempo, um idoso do concelho de Macedo de Cavaleiros foi vítima de burla. Desta vez foi Francisco Carneiro, um idoso da aldeia de Malta, freguesia de Olmos. Dois homens, ainda não identificados, conseguiram retirar à vítima cinco mil euros.

A história tem contornos estranhos. O homem foi abordado em Bragança, à porta da APPADI, a Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual, onde tem uma filha internada. E, depois de uns minutos de conversa, acabou mesmo por entrar com Francisco Carneiro na associação e conversar com a filha.

Na rua, entra em cena o segundo burlão. Finge não conhecer o primeiro e diz andar à procura de um médico já de idade. Tanto Francisco Carneiro como o outro suposto burlão dizem não conhecer. O burlão dois, volta mais tarde com afirmações de que o médico já teria falecido. O seu real problema é que tinha um irmão em estado terminal que queria deixar uma herança à Santa Casa da Misericórdia de Bragança. O burlão um sugere que este apenas finja que tem o dinheiro, alegadamente já gasto, e para isso oferece-se para ir ao banco e levantar quinze mil euros. Acção que foi realizada. Segundo Francisco Carneiro, o suposto burlão chegou com a quantia e mostrou-a. "Pelo menos o de cima era dinheiro, o resto até podia ser só papel". Foi então proposto entregar a quantia à Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, e não de Bragança como estava estipulado, porque "as Santas Casas são todas iguais" e que Francisco Cordeiro fosse à Caixa Crédito Agrícola  levantar os outros cinco mil para emprestar ao dito burlão, para este apenas mostrar. "Tem que me mostrar o dinheiro em como o senhor o lá tem, e eu caí na patetice e fui à caixa", conta Francisco Carneiro.

Francisco Carneiro assim o fez. Pelas 13h, dirigiu-se a sua casa, na aldeia de Malta, sem contar nada aos familiares, pegou nos documentos e foi à Caixa. Já em Macedo de Cavaleiros, na travessa junto ao Mini-Preço, os burlões afirmaram precisar de uma folha de 25 linhas, azul, para firmar contrato entre os três. Altura em que "um deles já mancava e disse que não podia ir comprar a folha. Entreguei o dinheiro e quando olhei para trás, já não estavam lá os dois".

O idoso não contou a nenhum familiar porque os burlões lhe pediram segredo. Quando se apercebeu da "tramóia" recorreu à filha, mas já pouco havia a fazer. Contudo, Francisco Carneiro garante que conhece os ladrões, caso se cruze com eles na rua. "Um era assim mais ou menos da minha estatura, mais velho, à volta de setenta anos, o outro era de meia-idade, nos seus cinquenta anos", descreve a vítima.

 


 

 

Filha da vítima indignada com as instituições bancárias


 

Sílvia Carneiro, filha da vítima, revoltada com a "crueldade das pessoas que o fizeram", acima de tudo porque "não tiveram compaixão" de burlar o pai quando ia ver uma filha deficiente, vai mais longe e faz um apelo aos bancários. "Pedia aos bancários que nestas situações tentem meter conversa, que tentem perceber porque é que um idoso quer uma quantia tão grande". Sobretudo, porque tomou conhecimento na GNR de Macedo de Cavaleiros que este não é um caso isolado no concelho, muito menos na região transmontana. "Ultimamente na nossa zona vem-se tornando hábito. Os senhores que estão atrás dos balcões nos bancos podem ter a preocupação de tentar perceber o que se está a passar", alega a filha da vítima.

Sílvia garante que o pai nunca levantou quantia tão grande na sua vida e que nem tem por hábito dirigir-se ao balcão da Caixa Crédito Agrícola de Macedo, por isso não percebe como este lá chega e "a única preocupação dos funcionários é contactar o balcão e pega lá 5 mil euros para a mão e não perguntam o que é que vai fazer com tanto dinheiro" Reconhece que a maioria dos idosos não gostaria de ser questionado sobre o assunto e que seria contra vontade, "mas o que está em questão é prevenir estas questões".

Francisco Carneiro tem 73 anos e a filha diz que jamais imaginava o pai "a cair numa situação destas". Acrescenta ainda que os burlões "fumaram no carro" e que o seu pai pode "ter sido dopado".

Miguel Midões

 


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