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23/08/2011 às 12h37 - Economicas
Consumo das Famílias Sofre em Julho Maior Queda em mais de 30 anos

 

O consumo privado em Portugal sofreu uma queda de 3,4% em Julho. Desde pelo menos 1978 que não se assistia a uma queda tão intensa, que ilustra o impacto das medidas de austeridade no rendimento disponível das famílias portuguesas.
As famílias portuguesas estão a travar o consumo de forma cada vez mais intensa, reflectindo as medidas de austeridade impostas devido ao pedido de ajuda externa e à alta do desemprego.
O indicador coincidente do consumo privado, divulgado pelo Banco de Portugal nos Indicadores de Conjuntura, registou uma queda de 3,4% no mês de Julho. Esta é a queda mais intensa verificada desde pelo menos 1978, primeiro ano para o qual há registos sobre a evolução do consumo das famílias portuguesas.
Julho foi já o oitavo mês consecutivo de quedas no consumo privado em Portugal, uma tendência que espelha as dificuldades das famílias portuguesas perante o aumento dos impostos e outras medidas de austeridade implementadas que têm impacto directo no rendimento disponível dos portugueses.
A queda registada em Julho supera mesmo o verificado em 1984, ano em que Portugal também esteve sob intervenção do FMI. Nos primeiros meses desse ano, o consumo das famílias desceu várias vezes acima de 3%, mas numa tanto como no mês passado (-3,4%). E a situação tenderá ainda a agravar-se mais, pois várias medidas de austeridade não estavam ainda em vigor em Julho. Os transportes públicos subiram em média 15% em Agosto e o IVA na electricidade e gás subirá de 6% para 23% em Outubro. No Natal será a vez dos portugueses com vencimentos acima do salário mínimo perderem metade da remuneração.
A queda do consumo privado é mesmo uma das principais justificações para a quebra da economia portuguesa este ano. O PIB português recuou 0,9% no segundo trimestre, em termos homólogos, um desempenho que o INE justificou com a quebra no consumo e no investimento. Ainda assim, as previsões da troika apontam para uma queda de 2,2% no PIB português este ano.
Para ilustrar a queda no consumo privado, o Banco de Portugal cita a queda de 6,1% nas vendas a retalho no segundo trimestre. Já a queda no investimento é ilustrada com a quebra de 29,6% nas vendas de veículos comerciais ligeiros. As vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno diminuíram 17,1%.

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