Partir?
Acordo perdido de encontros fatais,
pela madrugada sonho em estrada e em caminhos reais,
perdendo-me na dúvida em dívida nómada.
O medo se encosta
e se enrosca a mim,
adormece-me em fim,
do cansaço mental,
e em suplicas lhe peço
que o que eu mereço,
são distâncias do mal,
que me deixem ficar.
Sereno esse sonho feliz,
que me envolve o peito e terno me diz,
que o meu sentimento,
são frutos do tempo dos pomares que fiz.
E colho esse fruto,
envolvido por cores de luto e deixo-me novamente adormecer,
em sonhos de vida me envolver.
E num leve fechar de cortinas,
como as pálpebras ladinas,
vendam os galopantes cansados de ver,
e o palco se esconde para reabrir
e outro capítulo da história dizer.
E entro num sonho distante,
que me leva em nuvens puxadas pelo vento viajante,
e viajo no tempo sem do espaço sair.
Ao acordar a dúvida se instala,
terei que eu partir, ou partir a mala?
Esqueço que vou
e digo-me que estou,
contigo por mais algum tempo…!